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31 de julho de 2011

Amaciando a volta às aulas

Do Último Segundo:

Meu filho não quer voltar às aulas, e agora?

Resistir ao retorno pode ser só uma manha passageira ou indicar situações mais graves. Para cada caso, há uma recomendação

Por Clarissa Passos 


É hora de dar adeus aos dias de folga e voltar à rotina com aulas, tarefas de casa e trabalhos escolares. Algumas crianças estão com saudades dos colegas e das atividades, mas outras não podem nem ouvir falar em volta às aulas sem ter uma dor de barriga instantânea. Como os pais podem lidar com a criança que resiste a voltar das férias?


O primeiro passo é descobrir o que esta resistência quer dizer. "O 'não quero ir para a escola' pode ter vários sentidos", alerta a psicoterapeuta Ana Gabriela Andriani, doutora em Psicologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Pode ser apenas uma recusa natural e passageira à ideia de voltar a acordar cedo, ter menos tempo para brincadeiras e mais responsabilidades - do mesmo tipo que qualquer adulto sente ao terminar as férias e encarar a volta ao trabalho.

Outras vezes a resistência se apresenta mais constante, tendo aparecido inclusive antes das férias. Nesse caso, o motivo pode estar escondido em uma mudança na rotina escolar: troca de professora, de classe ou de escola ou até mesmo ameaças de bullying. "O diálogo com a escola é fundamental", define Ana Gabriela. Só assim os pais podem entender se a resistência à volta às aulas é só manha ou se esconde algum problema mais sério.

A pura e simples manha, aliás, também pode ser acolhida. Afinal, quem é que gosta, seja adulto ou criança, de voltar das férias? "Acolher a manha não significa permitir que a criança não volte para a escola", diz Ana. Basta conversar com a criança e explicar que esta preguiça é natural, que todos sentem, mas que nem por isso podemos ficar em casa para sempre.

João David Cavallazzi Mendonça, psicoterapeuta familiar, concorda. "Precisa dar à criança o direito de sentir preguiça e sentir vontade de nao acordar - embora isso não signifique em absoluto que ela vá poder dormir até tarde e faltar às aulas".

Agendas lotadas

Não querer voltar para a escola pode ser um alerta para um problema muito comum entre as crianças de hoje: o excesso de atividades extracurriculares impostas pelos pais. A garotinha que faz balé às terças e quintas, natação às quartas e sextas e piano às segundas e sábados certamente vai sentir muita falta de um mês em que teve tanta tempo livre - um verdadeiro artigo de luxo para ela.

Os pais se esquecem de que tempo livre, para uma criança, significa tempo para brincar. E brincar é essencial. "A brincadeira é fundamental para o desenvolvimento social, cognitivo, afetivo, da criatividade. A criança precisa de tempo para ser criança", ressalta a psicoterapeuta.

Dicas práticas


Para que a transição da rotina seja o mais suave possível, João sugere que os pais estabeleçam uma mudança gradual. Se a criança está dormindo mais tarde e acordando mais tarde, que tal, alguns dias antes do retorno à escola, já colocá-la mais cedo na cama - e acordá-la mais cedo também? O ideal é aproximá-la ao máximo da rotina que volta em breve, tanto em horários de sono como nos de refeições.

Incluir a criança na preparação da volta às aulas é outra ideia. "Peça ajuda para lavar a mochila, preparar os uniformes, comprar o material de reposição", indica o psicoterapeuta. Vale também ler um trecho de um livrinho ou apostila que será solicitado no segundo semester - tudo para que seu filho vá se habituando com a presença destes elementos de volta ao seu dia a dia.

30 de julho de 2011

Encurtando o ensino médio por intermédio do ENEM

Do Estadão: O Ministério da Educação (MEC) publicou portaria nesta quinta-feira com os critérios para quem quiser obter certificação no nível de conclusão do ensino médio ou declaração de proficiência com base no Enem. De acordo com a portaria, a pessoa deve ter 18 anos completos até a data de realização da primeira prova do Enem, ter atingido o mínimo de 400 pontos em cada uma das áreas de conhecimento do exame e ter atingido o mínimo de 500 pontos na redação. Para a área de linguagens, códigos e suas tecnologias, o interessado deverá obter o mínimo de 400 pontos na prova objetiva e, adicionalmente, o mínimo de 500 pontos na prova de redação. O Inep deixará disponíveis ponibilizará às Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal e aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia as notas e os dados cadastrais dos interessados. Na portaria, também está estabelecido que compete às Secretarias de Educação dos Estados e aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, definir os procedimentos complementares para certificação no nível de conclusão do ensino médio com base nas notas do Enem. O certificado serve para quem concluiu o ensino médio em idade apropriada. 

24 de julho de 2011

Jogos e matemática

Da Nova Escola:

Jogos e Matemática: brincar, explorar, aprender

Dividir a turma em grupos e promover o uso de jogos nas aulas de Matemática pode ajudar bastante na aprendizagem das crianças. Ao jogar com os colegas, elas precisam fazer negociações, considerar as opiniões das outras crianças e argumentar sobre suas posições. Conheça aqui seis jogos online, reportagens, as resenhas e os planos de aula produzidos por NOVA ESCOLA para aplicar os recursos com sua turma.

Jogos

19 de julho de 2011

E.U.A. abandonarão a letra cursiva


O ensino da letra cursiva (de mão) será opcional em Indiana e deverá ser banido definitivamente nos próximos anos. A decisão deve ser seguida por mais de 40 Estados americanos que também consideram esta forma de escrever como ultrapassada. Na avaliação deles, é mais importante se concentrar no aprendizado das letras bastão (de forma). O argumento dos defensores desta lei, que provocou polêmica nos Estados Unidos nas últimas semanas, é de que hoje as crianças praticamente não necessitam mais escrever as letras com caneta ou lápis no papel. Seria mais importante elas aprenderem a digitar mais rapidamente, já que quase toda a comunicação acontece por meio de letras de forma nos celulares e computadores. "As escolas devem decidir se pretendem ensinar letra cursiva, mas recomendamos que deixem de ensinar e se foquem em áreas mais importantes. Também seria desnecessário encomendar apostilas que ensinem letras cursiva", diz um memorando do Departamento de Educação de Indiana... Leia mais no Estadão

17 de julho de 2011

A inclusão dos portadores da Síndrome de Down

Da Nova Escola:

O que é Síndrome de Down?

Por Carla Soares Martin


Roseléia Blecher, professora, e seu aluno Benjamin Saidon, portador de Síndrome de Down, da Nova Escola Judaica Bialik Renascença.

A Síndrome de Down é definida por uma alteração genética caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21, o que também é chamado de trissomia do 21. Trata-se de uma deficiência caracterizada pelo funcionamento intelectual inferior à média, que se manifesta antes dos 18 anos. Além do déficit cognitivo e da dificuldade de comunicação, a pessoa com Síndrome de Down apresenta redução do tônus muscular, cientificamente chamada de hipotonia. Também são comuns problemas na coluna, na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo. Muitas vezes, a criança com essa deficiência nasce com anomalias cardíacas, solucionáveis com cirurgias. A origem da Síndrome de Down é de difícil identificação e engloba fatores genéticos e ambientais. As causas são inúmeras e complexas, envolvendo fatores pré, peri e pós-natais.

A Síndrome de Down na sala de aula

A primeira regra para a inclusão de crianças com Down é a repetição das orientações em sala de aula para que o estudante possa compreendê-las. "Ele demora um pouco mais para entender", afirma Mônica Leone Garcia, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. O desempenho melhora quando as instruções são visuais. Por isso, é importante reforçar comandos e solicitações com modelos que ele possa ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas, com cores e símbolos de fácil compreensão. A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem tem a síndrome, em geral, é cumprir regras. "Muitas famílias não repreendem o filho quando ele faz algo errado, como morder e pegar objetos que não lhe pertencem", diz Mônica. Não faça isso. O ideal é adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais. "Eles têm de cumprir regras e fazer o que os outros fazem. Se não conseguem ficar o tempo todo em sala, estabeleça combinados, mas não seja permissivo."

Mantenha as atividades no nível das capacidades da criança, com desafios gradativos. Isso aumenta o sucesso na realização dos trabalhos. Planeje pausas entre as atividades. O esforço para desenvolver atividades que envolvam funções cognitivas é muito grande. Às vezes, o cansaço da criança faz com que as atividades pareçam missões impossíveis. Valorize sempre o empenho e a produção. Quando se sente isolada do grupo e com pouca importância no trabalho e na rotina escolares, a criança adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento de regras e provocações.

Dia Internacional da Síndrome de Down

Em 2006, a associação Down Syndrome International instituiu o dia 21 de março como o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data foi escolhida por ser grafada como 21/3, que faz alusão à trissomia do cromossomo 21.

10 de julho de 2011

Aula de história - UNB: a democracia que eles queriam nos anos 60 é a mesma que eles não querem hoje

Da Veja:

Madraçal no Planalto

Um dos símbolos da luta pela democracia durante o regime militar, a Universidade de Brasília tornou-se reduto da intolerância esquerdista

ESPELHO - Em 1968, militares invadem a UnB. Em 2011, professores reclamam de controle ideológico
ESPELHO - Em 1968, militares invadem a UnB. Em 2011, professores reclamam de controle ideológico 

A Universidade de Brasília teve seu câmpus invadido por forças de repressão, teve estudantes assassinados, professores perseguidos e funcionários demitidos por defender ideias contrárias às do poder dominante. Isso ocorreu durante os períodos mais duros do regime militar. Naquele tempo, a comunidade da UnB sofria por exigir a volta da democracia ao Brasil. Pois não é que a democracia voltou ao Brasil, mas anda em falta justamente em um dos redutos onde mais se lutou por ela, a UnB? Professores, estudantes e funcionários da Universidade de Brasília têm sido alvo de perseguição da diretoria e de agressões pelo único crime de não pensarem de acordo com a ideologia dominante. A liberdade de expressão sempre foi um valor sagrado nas universidades, mas na UnB ela foi revogada para que em seu lugar se instalasse a atitude mais incompatível que existe com o mundo acadêmico: a intolerância. VEJA foi ao câmpus da UnB apurar as denúncias de que um símbolo da luta democrática no Brasil está se transformando em um madraçal esquerdista em que a doutrinação substituiu as atividades acadêmicas essenciais. Os depoimentos colhidos pela reportagem da revista deixam pouca dúvida de que essa tragédia está em pleno curso. Acompanhem. A procuradora de Justiça Roberta Kaufmann conta que viveu a maior humilhação de sua vida em um auditório da UnB, instituição em que concluiu seu mestrado. Convidada para participar de um debate sobre a adoção de cotas raciais pelas universidades públicas, ela - que é contrária ao projeto - não conseguiu falar. Quando lhe foi dada a palavra, um grupo liderado por professores promoveu um alarido ensurdecedor. Ela foi chamada de racista, ouviu ofensas impublicáveis e só pôde deixar a universidade horas depois, acuada, com medo de que algo pior acontecesse. Seu carro foi vandalizado. Nas portas, foi pichada a frase "Loira filha da p...". Desde então, Roberta nunca mais voltou à UnB sem companhia. Não se trata de um caso isolado. "A UnB se tornou palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para o diálogo. Ou você compartilha do pensamento dominante ou será perseguido e humilhado", diz a procuradora.
Cristiano Mariz
NA CONTRAMÃO - Salas de aula são utilizadas para festas e consumo de drogas. Professora discorda da liberalidade - e é punida
NA CONTRAMÃO - Salas de aula são utilizadas para festas e consumo de drogas. Professora discorda da liberalidade - e é punida

Os professores entrevistados relatam que manifestações de intolerância como essas se intensificaram a partir de 2008, depois da eleição do reitor José Geraldo de Sousa Junior, um dos fundadores do PTPT no Distrito Federal. José Geraldo, cujo único mérito acadêmico evidente deriva de sua militância política, venceu o pleito ao cabo de uma manobra que deu aos votos dos alunos o mesmo peso dos votos do corpo docente e dos funcionários. Segundo a lei, os professores deveriam representar 70% do colégio eleitoral de uma universidade. "Nenhuma universidade de ponta tem esse tipo de sistema eleitoral. Uma instituição controlada por alunos gravita em torno dos pontos mais mesquinhos da pequena política", diz o historiador Marco Antonio Villa. E existem exemplos dessa contaminação do cotidiano acadêmico pela pequena política. Dois adversários de José Geraldo na eleição para reitor, os professores Márcio Pimentel e Inês Pires de Almeida, foram alvo de retaliação por parte da nova administração, que teria começado logo depois da posse. O crime deles? Terem ousado concorrer ao cargo hoje ocupado pelo militante de mar e guerra, reitor da UnB.
Cristiano Mariz

"O propósito da universidade deveria ser a excelência. Na UnB, isso foi substituído pela partidarização do ensino." Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
"O propósito da universidade deveria ser a excelência. Na UnB, isso foi substituído pela partidarização do ensino." Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Márcio Pimentel e a esposa, a também professora Concepta McManus, desconfiaram que o trabalho de pesquisa de ambos começou a sofrer boicotes - mas tudo de uma maneira sempre muito sutil, indireta. Como nunca havia ocorrido antes, serviços básicos dos laboratórios, como a limpeza das instalações e a compra de material, foram interrompidos. Sem explicação, a carga horária de aulas também foi ampliada de maneira claramente exagerada, para que não lhes sobrasse tempo para o trabalho de pesquisa. "Chegou um momento em que uma disciplina ministrada por um colega com metade das turmas que eu tinha foi passada a mim. Não sobrava tempo para o laboratório", disse Concepta McManus a um professor ouvido por VEJA. A perseguição forçou Pimentel a pedir transferência para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No documento de liberação do professor, José Geraldo lamentou protocolarmente que a UnB perdesse um docente da envergadura de Pimentel. "Puro deboche. A saída do Márcio era o sonho da reitoria", afirma o professor de bioquímica Marcelo Hermes-Lima, que testemunhou a hostilidade oficial ao casal de professores. "A UnB é uma página virada. Não faz mais parte da minha vida", limitou-se a dizer o geólogo Márcio Pimentel ao ser procurado por VEJA. Contra a professora Inês Pires, a outra candidata derrotada, a retaliação foi mais explícita. Ela perdeu a chefia de um curso e sofreu uma devassa nos projetos de pesquisa que conduzia. "Os analistas não requisitaram sequer a prestação de contas. Foi uma ação com o claro objetivo de tisnar a imagem de uma professora que não pertence ao grupo dominante", conta um professor que acompanhou o caso e fala em condição de anonimato por temer represálias.

"A UnB se tornou palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para diálogo. Ou você partilha do pensamento dominante ou será perseguido." Roberta Kaufmann, procuradora, mestra em direito pela UnB
"A UnB se tornou palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para diálogo. Ou você partilha do pensamento dominante ou será perseguido." Roberta Kaufmann, procuradora, mestra em direito pela UnB

O jurista Ibsen Noronha, ex-professor voluntário do departamento de direito e um dos maiores especialistas em história do direito brasileiro, deixou a UnB no fim do ano passado. Motivo: sua disciplina desapareceu do currículo. Para ele, no entanto, foi retaliação diante de sua posição extremamente crítica em relação ao polêmico regime de cotas, uma das bandeiras que tem na atual gestão da UnB seus maiores defensores: "É a primeira vez em trinta anos que a disciplina, um diferencial do currículo da universidade, não foi oferecida. Eu fui aluno da UnB e tive essa aula. A justificativa que a faculdade apresentou é risível: disseram que a matéria foi suprimida por ser optativa. Mas não me foi apresentada nenhuma outra opção no lugar dela. É lamentável testemunhar a transformação da universidade em um instrumento de domínio ideológico", afirma Noronha, que se tornou, em fevereiro, o primeiro brasileiro a lecionar na respeitada Universidade de Coimbra, em Portugal. O embate é tal que mesmo críticas sem conotação ideológica ou política podem servir como estopim para retaliações. A professora Tânia Montoro, da Faculdade de Comunicação, conta que foi punida por ter criticado as extravagantes concessões que a atual reitoria faz aos alunos, como a permissão de festas nos prédios onde as aulas são ministradas - que transformaram as salas em território livre para consumo de drogas. No ano passado, a professora e duas de suas alunas foram escolhidas como palestrantes em um seminário realizado em Bogotá. A UnB autorizouo pagamento da viagem das alunas, mas não da professora. Depois de duas negativas, Tânia reclamou, mas seu pedido só foi deferido quando não havia mais tempo para o embarque. "Eu tenho uma história de trinta anos nesta universidade, e sou uma pesquisadora produtiva. Não merecia passar por essa vergonha", diz a professora.

"A universidade foi tomada por um patrulhamento ideológico tácito, orquestrado para funcionar sem ser notado. Quem pensa diferente é relegado ao limbo." Ronaldo Poletti, professor de direito
"A universidade foi tomada por um patrulhamento ideológico tácito, orquestrado para funcionar sem ser notado. Quem pensa diferente é relegado ao limbo." Ronaldo Poletti, professor de direito

Mesmo em cursos considerados técnicos, como o de arquitetura, a política tem predominado. O urbanista Frederico Flósculo, há dezenove anos professor da UnB, acusa a atual direção de persegui-lo e agir para que seus projetos de pesquisa sejam sistematicamente rejeitados. Diz Flósculo: "Eu fui um opositor ferrenho da gestão passada. Quando José Geraldo assumiu, levou para a reitoria a sua corriola. Nos últimos anos, meus projetos de pesquisa têm sido sistematicamente rejeitados. O propósito da universidade deveria ser a busca da excelência. Isso foi substituído pela partidarização do ensino". O decano da Faculdade de Direito, Ronaldo Poletti, resume o problema: "A universidade foi tomada por um patrulhamento ideológico tácito, orquestrado para funcionar sem ser notado. Quem pensa diferente é relegado ao limbo. Em trinta anos de cátedra, nunca vi a universidade tão distante da sua proposta original - a produção livre do conhecimento". O reitor da UnB nada vê de extraordinário. "Ninguém tem espaço sem esforço. É preciso analisar se não são os professores que, por falta de competência, perderam visibilidade. A Universidade de Brasília nunca foi tão aberta", afirma José Geraldo.

"A UnB deixou de ser uma instituição acadêmica para se tornar um instrumento de domínio ideológico." Ibsen Noronha, ex-professor voluntário da Faculdade de Direito
"A UnB deixou de ser uma instituição acadêmica para se tornar um instrumento de domínio ideológico." Ibsen Noronha, ex-professor voluntário da Faculdade de Direito

Para o sociólogo Demétrio Magnoli, são evidentes os sinais de que algo está deteriorando o ambiente acadêmico do que foi uma das mais respeitadas instituições de ensino do país. Resume Magnoli: "Um câmpus, por definição, deve ser uma praça de debates onde a diversidade de ideias é o maior valor. É preocupante quando uma universidade adota uma posição ideológica. A UnB vive o processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa".

"A UnB vive um processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa." Demétrio Magnoli, sociólogo
"A UnB vive um processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa." Demétrio Magnoli, sociólogo

"Ninguém tem espaço sem esforço. É preciso analisar se não são os professores que, por uma questão de competência, perderam visibilidade." José Geraldo Sousa Junior, reitor da Universidade de Brasília
"Ninguém tem espaço sem esforço. É preciso analisar se não são os professores que, por uma questão de competência, perderam visibilidade." José Geraldo Sousa Junior, reitor da Universidade de Brasília

Guia de férias

Da Nova Escola:

As férias estão chegando e é hora de relaxar, organizar as ideias, ler, passear, procurar atividades interessantes e recarregar as baterias. E para ajudar você a aproveitar bem esse merecido descanso, produzimos um guia de férias com ótimas sugestões de livros, DVDs, passeios e cursos. Divirta-se!


Livros

Aqui você encontra boas dicas de leitura para curtir no seu tempo livre

Vida de Escritor, Gay Talese
CONFISSÕES DE JORNALISTA
 Sobre o autor  O norte-americano Gay Talese é um dos jornalistas mais conceituados nos Estados Unidos. Trabalhou dez anos como repórter no New York Times e foi colaborador das revistas Esquire e The New Yorker. É autor de outros títulos já publicados no Brasil, como O reino e o poder e A mulher do próximo. Por que ler?  Em uma autobiografia não convencional, o autor fala sobre o ofício da escrita e revela os bastidores da vida árdua de um jornalista que precisa lidar com as mais adversas situações no trabalho. Os relatos são construídos em torno de personagens anônimos ou menores, com os quais o escritor se solidariza, mostrando que, mesmo na autobiografia, o que importa são os outros.
Vida de Escritor, Gay Talese, 512 págs., Companhia das Letras, tel. 0800-014-2829



Guantánamo Boy, Anna Perera
PELOS DIREITOS HUMANOS
Por que ler?  Baseado em fatos reais, o livro narra a história de um adolescente que, em uma visita ao Paquistão com a família, é confundido com um terrorista e acaba preso em Guantánamo, onde passa por intermináveis interrogatórios e sessões de tortura. Apesar deste retrato cruel, o romance passa, nas entrelinhas, um sentimento de humanidade, trazendo uma mensagem de paz e de respeito ao próximo. Sobre a autora  Anna Perera nasceu em Londres, ensinou inglês em alguns colégios londrinos e mais tarde se tornou responsável por uma instituição para meninos excluídos.
Guantánamo Boy, Anna Perera, 312 págs, Editora Agir



Fome, Knut Hamsun
DA LUCIDEZ À INSANIDADE
Por que ler?  Clássico da literatura universal, a obra que encantou gerações volta às livrarias, com tradução de Carlos Drummond de Andrade. Descreve a forma tragicômica como um escritor miserável vaga pelas ruas tentando sobreviver vendendo artigos para jornais, ao mesmo tempo em que reflete sobre a vida e sofre com um vazio que o consome: a fome. Sobre o autor  Ganhador do prêmio Nobel de 1920, o polêmico escritor norueguês já foi um dos mais populares autores do mundo. Durante a Segunda Guerra Mundial, flertou com o nazismo e mais tarde foi preso e condenado, terminando seus dias em 1952, com quase 100 anos de idade, em um asilo de loucos.
Fome, Knut Hamsun, 176 págs., Geração Editorial, tel. (11) 3526-4444.


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DVDs

Aventura, comédia, drama ou documentário? Confira aqui nossas sugestões

Educação

EDUCAÇÃO E AVENTURAS NOS ANOS 60
Sobre o filme  No subúrbio de Londres, na década de 60, uma adolescente brilhante está dividida entre se preparar para a Universidade de Oxford, o que significa obedecer às regras rígidas de sua escola, e viver um romance com um homem mais velho. Por que ver  A simplicidade do enredo, os diálogos inteligentes e a atuação da protagonista chamam a atenção no filme. O roteiro é assinado por Nick Hornby, autor do best-seller Alta Fidelidade.
Educação, Lone Scherfig, 95 min.,2009 (Inglaterra), Sony Pictures, tel. (11) 3584-9900



Minhas Mães e Meu Pai

DRAMA E COMÉDIA
Sobre o filme  O longa-metragem traz a história de uma família composta por um casal homossexual de mulheres e, seus filhos, um casal de adolescentes, frutos de uma inseminação artificial com doador anônimo. A filha mais velha começa a sentir falta da figura paterna e convence seu irmão a procurar com ela o pai biológico. Por que ver  Atuações excelentes de Annete Benning, Julianne Moore e Mark Ruffalo em um filme despretensioso, que mostra uma história familiar dramática, mas com um tom de humor.
Minhas Mães e Meu Pai, Lisa Cholodenko, 106 min., 2010 (EUA), Imagem Filmes, tels. (11) 4052-2500



Tropa de Elite 2

A VOLTA DO CAPITÃO NASCIMENTO
Sobre o filme  Sequência do filme em que o ator Wagner Moura despontou como o Capitão Nascimento,  a história mostra que o combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro tem inimigos muito maiores que os bandidos do morro. Por que ver  Um dos fenômenos de bilheteria nacional retomou a história do Capitão que fez a sociedade repensar sobre o tráfico de drogas e as formas de violência urbana.
Tropa de Elite 2, José Padilha, 115 min., 2010 (Brasil), Zazen/Riofilme



A Fita Branca

ANTES DA 1ª GUERRA MUNDIAL
Sobre o filme Em um vilarejo no norte da Alemanha, acidentes estranhos, que pareciam isolados, começam a ser entendidos como uma espécie de punição severa. O professor do coro de crianças e jovens da escola local investiga os casos enquanto a população fica em pânico. Por que ver A produção discute o contexto no qual se originou o nazismo. Vale prestar atenção na fotografia da obra, filmada em preto e branco.
A Fita Branca, Michael Haneke, 144 min., 2009 (Áustria, França, Alemanha, Itália), Imovision, tel. (11) 3294-0720



Preciosa - Uma História de Esperança

GAROTA PRECIOSA
Sobre o filme Violentada pelo pai e abusada física e moralmente pela mãe, Claireece ''Preciosa'' Jones é uma jovem de 16 anos fechada em seus devaneios. Quando engravida de seu segundo filho, é suspensa do colégio, mas descobre em uma escola alternativa uma forma de exteriorizar seus sentimentos: escrevê-los. Por que ver Baseado no livro homônimo, da escritora e ativista americana Saphiffe, o longa-metragem não cai no piegas, mesmo com a história carregada de sofrimento. A produção conquistou duas estatuetas no Oscar de 2010: Melhor Atriz Coadjuvante, para Mo’Nique - que deu vida à mãe da Preciosa, e Melhor Roteiro Adaptado.
Preciosa - Uma História de Esperança, Lee Daniels, 110 min., 2009 (EUA),  Playarte, tel. (11) 5053-6996



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Mapa cultural do Brasil

Guia de museus e outros espaços culturais em todo o território nacional. Clique em cada estado ou no Distrito Federal e conheça nossas sugestões!

Mapa cultural com passeios pelo Brasil. Ilustração Vivian Torres


Cursos

717 opções com inscrições abertas no país
O que: A Rede Universia reúne opções de cursos no mês de julho em 17 instituições de ensino, nas mais variadas áreas do conhecimento.
Mais informações

Cursos sobre deficiência visual
Data e Local: 18 a 22 de julho e 25 a 29 de julho – São Paulo - SP
O que: Para aproximar o tema da deficiência visual dos mais diversos públicos da comunidade, a Fundação Dorina Nowill para Cegos desenvolveu um calendário de cursos e palestras: Braille para Educadores - Apoio Essencial em Sala de Aula (18 a 22 de julho - das 9h às 13h), A Inclusão da Criança com Baixa Visão na Escola (De 25 a 29 de julho - das 9h às 13h) e Orientação e Mobilidade: Seu Aluno Mais Independente na Escola (De 25 a 29 de julho - das 14h às 18h).
Investimento: 350,00 reais
Mais informações: Inscrições até 13/07/2011 pelo e-mail cursos@fundacaodorina.org.br.

8ª Jornada Internacional de Educação do estado do Rio de Janeiro
Data e Local: 19 a 21 de julho – Rio de Janeiro – RJ
O que: Conferências, palestras, feira, troca de experiências e encontro com palestrantes
Investimento: de 380 a 420 reais, dependendo da data
Mais informações

 Educador Futuro
 Data e Local: 13 a 15 de julho – Curitiba – PR
O que: Conferências, palestras na área de Gestão Escolar, Formação de Professores, Dificuldades de Aprendizagem
Investimento: de 360 a 400 reais
Mais informações

11ª Jornada Internacional de Educação na Bahia


Data e Local: 21 a 23 de julho – Salvador – BA
O que: Conferências e palestras com convidados brasileiros e estrangeiros. Voltado para professores da rede pública e privada
Mais informações

II Congresso de Pesquisas em Psicologia e Educação Moral - Conflitos na Instituição Educativa: perigo ou oportunidade?
Quando e Onde: 4 a 7 de julho – Centro de Convenções da Unicamp - Campinas – SP
O que: Conferências, mesas-redondas, simpósios, relatos de pesquisa, pôstere. Voltado para pesquisadores e docentes da Educação Superior e da Educação Básica; alunos de graduação e pós-graduação; profissionais da área de Psicologia, Educação e áreas afins.
Mais informações: www.fe.unicamp.br/coppem ou pelos telefones (19) 35215584 (LPG: Talita ou Daniela) ou (19) 97731261 (GEPEM: Thaís)
PARÁ AMAPÁ RORAIMA MARANHÃO PIAUÍ CEARÁ PERNAMBUCO RIO GRANDE DO NORTE PARAÍBA ALAGOAS SERGIPE BAHIA RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA PARANÁ SÃO PAULO RONDÔNIA MATO GROSSO GOIÁS MATO GROSSO DO SUL DISTRITO FEDERAL MINAS GERAIS TOCANTINS ESPÍRITO SANTO RIO DE JANEIRO Ir para o GUIA DE FÉRIAS

2 de julho de 2011

Tecnologia da desinformação

Escolas do Brasil têm 3ª pior taxa de computador por aluno

Dados da OCDE revelam que a média de alunos por máquina no país é de 6 para 1. Com resultado, Brasil fica à frente apenas da Tunísia e Indonésia em ranking


Aula de informática na Escola Municipal Escola Grécia, no Rio
Aula de informática na Escola Municipal Escola Grécia, no Rio 

A inclusão digital dos alunos do ensino básico ainda é um grande desafio para o Brasil. É o que mostram dados divulgados nesta terça-feira pela OCDE, organização que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, com base nos resultados da avaliação internacional Pisa. De acordo com o levantamento, as escolas brasileiras oferecem, em média, um computador para cada 6,25 estudantes -  ou 0,16 computador por aluno. O número rende ao país o posto de terceira pior colocação no ranking da inclusão digital, à frente apenas de Tunísia e Indonésia. A Austrália é o país mais bem colocado na lista, que inclui 65 nações. No país da Oceania, a oferta é de 1,03 aluno por computador. Na China, a média é de 1,75, enquanto a média dos países-membros da OCDE é 1,69. Na Colômbia, o mais bem colocado da América Latina, a média é de 2,85 alunos por máquina... Continue lendo na Veja

Aprendendo com os melhores

Da Veja:

Pra pobre analfabeto... tae kwon do! 

Por Gustavo Ioschpe

A Bibiano de Carvalho, de Goiânia (à esq.), e a Jacob Kroeff Neto, de Novo Hamburgo (à dir.): envolvimento dos pais
A Bibiano de Carvalho, de Goiânia (à esq.), e a Jacob Kroeff Neto, de Novo Hamburgo (à dir.): envolvimento dos pais

Em um livro publicado por mim em 2004, idealizei um índice cuja aplicação permite dar notas de zero a 10 às escolas públicas com base em informações sobre o aprendizado dos alunos e suas taxas de aprovação medidas pelo Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. No mês de maio, tive a oportunidade de acompanhar uma equipe do JN no Ar — Blitz da Educação. Em cada cidade, escolhida por sorteio, visitei com a equipe do Jornal Nacional a pior e a melhor escola pública classificadas segundo aquele índice. Passamos por Novo Hamburgo (RS), Vitória (ES), Caucaia (CE), Goiânia (GO) e Belém (PA). Não se pode dizer que essas dez escolas visitadas são uma amostra representativa da educação brasileira, visto que a seleção não foi totalmente aleatória, mas creio que se aproximam bastante do quadro geral do país. As visitas não trouxeram nenhuma grande surpresa para quem é familiarizado com a educação brasileira, mas adicionam uma concretude que às vezes falta nas pesquisas citadas nestas páginas. Por isso, gostaria de compartilhar alguns aprendizados e experiências, resumidos abaixo. 


A IMPORTÂNCIA DA DIREÇÃO/GESTÃO 

Quando falamos em educação, focamos na figura do professor, que é o ator principal do processo e é quem tem contato direto com os alunos. Mas, assim como em qualquer organização humana, por trás dos talentos individuais é preciso haver uma gestão que oriente os esforços e dê um sentido ao todo. Nas escolas, é o diretor. É impressionante como é possível notar grandes diferenças entre as escolas através de pequenas diferenças de discurso dos diretores. Nas escolas ruins, os diretores normalmente não sabiam quantos alunos estudavam lá. Diziam coisas como “uns 700”, “na faixa de 350”. Nas escolas boas, o diretor sabia o número exato e respondia sem titubear. Nas escolas ruins, há uma certa frouxidão sobre aquilo que deve ser ensinado e como. Os diretores, invocando a “democratização” ou o “processo coletivo” da “construção do saber”, deixam os professores à vontade para que definam o que é melhor para seus alunos. Nas escolas boas, há disciplina — sem repressão, apenas ordenamento. Nas ruins, é uma balbúrdia. 



ENVOLVIMENTO DOS PAIS 

 As escolas boas se esforçam para atrair os pais para dentro da rotina escolar. Na escola de Novo Hamburgo (E.M. Jacob Kroeff Neto), as reuniões com pais eram marcadas para as 7 da noite. Muitos pais faltavam. A diretora ligou para os faltantes para descobrir o porquê da ausência. Ouviu que as reuniões eram feitas muito cedo, não dava tempo de chegar do trabalho. As reuniões então passaram a acontecer uma hora mais tarde. O quórum aumentou. Na escola boa de Goiânia (E.M. Francisco Bibiano de Carvalho), a diretora espera os pais todos os dias, no portão da escola, tanto na entrada quanto na saída dos alunos, e conversa com quem ali estiver. Desde o 1º ano, a família recebe um boletim com notas e comentários extensos ao fim de cada bimestre. Na escola ruim de Belém, ao contrário, há um total descaso para com os pais. As reuniões são marcadas durante a manhã ou à tarde, horários impossíveis para qualquer trabalhador. A direção e os professores comunicam eventuais problemas dos filhos por bilhetes — mesmo sabendo que a maioria dos pais é de semianalfabetos. Cumprem os rituais, mas é só. 



CULTURA DO SUCESSO VERSUS TOLERÂNCIA AO FRACASSO 

 Já dizia Ambrose Bierce que o dicionário é o único lugar em que sucesso vem antes de trabalho. As boas escolas obtêm desempenhos mais altos porque trabalham duro para isso. E o primeiro passo dessa caminhada é ter a expectativa do sucesso, com metas ambiciosas. Os diretores e professores das escolas que funcionam esperam que seus alunos aprendam. Quando o aluno não aprende, eles chamam os pais, criam aulas de reforço, insistem. Chamam para si a responsabilidade. Já as escolas fracassadas aceitam o insucesso como normal — quando não põem a responsabilidade sobre um ente externo, fora do controle da escola. Pode ser “o sistema”, os políticos, os pais, os alunos ou a sociedade. Nunca é com eles. A terceirização da responsabilidade produz indolência. Na escola com Ideb baixo de Goiânia, os alunos estão praticamente analfabetos — no 4º ano! Perguntei se faziam algum trabalho de reforço. “Sim, três horas diárias!”, disse-me orgulhosa a diretora. Pedi para ver a aula. Ela era ministrada em área semicoberta por um tatame e compartilhada pelos alunos com alguns instrumentos musicais. Não havia lousa nem material didático. Perguntei pelo arranjo peculiar e me disseram que metade do tempo de aula era usada para lições de tae kwon do. Devotar metade da aula a atividade esportiva, com alunos analfabetos no 4º ano, é uma confissão de abandono. 



USO DO MATERIAL DIDÁTICO

Nas boas escolas, professor e alunos usam o material didático como apoio, o que dá uma organização ao processo de ensino. Na escola boa de Caucaia (E.M. Celina Sá Morais), usa-se um material de um programa do governo do estado para alfabetizar alunos na idade certa. Professor e alunos são conduzidos por um caminho que dá certo, sem a necessidade de reinventar a roda a cada dia. Nas más escolas, ou o material didático não é usado ou o professor o utiliza para substituir a aula. Na mesma Caucaia, na escola ruim, a atividade dos alunos consistia em ler o livro didático e responder às perguntas do próprio livro. A professora ficava ali olhando. Na escola ruim de Novo Hamburgo, o professor se limitava a entregar jornais aos alunos. A menina sentada ao meu lado ficou olhando as propagandas de clínicas de emagrecimento... 



MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Nas boas escolas, há avaliação constante e formal. 



O PODER DO BOM PROFESSOR 

 É impressionante a diferença que um professor faz, mesmo nas condições mais precárias. Em Vitória, entrei na turma do 1º ano, de uma professora chamada Alecsandra. Ela escrevia na lousa em ótima caligrafia. Falava baixo e atenciosamente com os alunos. Engajava-os, fazendo perguntas a todos. Com três meses de aula, muitos já estavam demonstrando sólidos sinais de alfabetização. Qualquer professor que culpe “o sistema” deveria passar por uma aula assim para voltar a acreditar em si mesmo. 


P.S. As escolas públicas do país deveriam ser obrigadas por lei a pôr seu Ideb em placa de 1 metro quadrado ao lado da porta principal, em uma escala gráfica mostrando sua nota de zero a 10. Na placa deveria aparecer também o Ideb médio do município e do estado. A maioria dos pais e professores hoje não sabe se a escola do filho é boa ou ruim, e, se esperarmos que consultem o site do MEC, seremos o país do futuro por mais muitas gerações. Mande um e-mail para seu deputado e exija essa lei. 

1 de julho de 2011

Quem são e o que pensam os coordenadores pedagógicos no Brasil

Da Nova Escola:

Coordenador pedagógico: um profissional em busca de identidade

Pesquisa da FVC conclui que a formação de professores começa a ser o foco da atuação do coordenador, mas ele ainda sofre com a falta de apoio

Por Paola Gentile


Em algumas redes de ensino, ele é chamado de orientador, supervisor ou, simplesmente, pedagogo. Em outras, de coordenador pedagógico, que é como GESTÃO ESCOLAR sempre se refere ao profissional responsável pela formação da equipe docente nas escolas. Nas unidades que contam com sua presença, ele faz parte da equipe gestora e é o braço direito do diretor. Num passado não muito remoto, essa figura nem sequer existia. Começou a aparecer nos quadros das Secretarias de Educação quando os responsáveis pelas políticas públicas perceberam que a aprendizagem dos alunos depende diretamente da maneira como o professor ensina.

Diante desse cenário, a Fundação Victor Civita (FVC) decidiu descobrir quem é e o que pensa esse personagem relativamente novo no cenário educacional brasileiro, escolhendo-o como tema de uma pesquisa intitulada O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada de Professores: Intenções, Tensões e Contradições. Realizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), sob a supervisão de Cláudia Davis, o estudo teve a coordenação de Vera Maria Nigro de Souza Placco e de Laurinda Ramalho de Almeida, ambas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e de Vera Lúcia Trevisan de Souza, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Graças a ela, fizemos esta edição especial, com reportagens e seções tratando de temas relativos à coordenação pedagógica.

Uma das principais conclusões da pesquisa é que, apesar de ser um educador com experiência, inclusive na função (saiba mais sobre o perfil desse profissional no quadro abaixo), ainda lhe faltam identidade e segurança para realizar um bom trabalho. Ele se sente muito importante no processo educacional, mas não sabe ao certo como agir na escola frente às demandas e mostra isso por meio de algumas contradições: ao mesmo tempo em que afirma que sua atuação pode contribuir para o aprendizado dos alunos e para a melhoria do trabalho dos professores, não percebe quanto isso faz diferença nos resultados finais da aprendizagem (veja mais no quadro da próxima página). "A identidade profissional se constrói nas relações de trabalho. Ela se constitui na soma da imagem que o profissional tem de si mesmo, das tarefas que toma para si no dia a dia e das expectativas que as outras pessoas com as quais se relaciona têm acerca de seu desempenho", afirma Vera Placco.

Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil. Um resumo das características do profissional que atua nessa função

90% são mulheres

88% já deram aula na Educação Básica

76% têm entre 36 e 55 anos

A maioria tem mais de 5 anos de experiência na função
Quem são os coordenadores pedagógicos no
 Brasil

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