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30 de abril de 2012

Remuneração de professores brasileiros só é melhor do que a dos falidos países do bloco comunista soviético

Do Estadão:

Na sociedade do conhecimento, o professor universitário é mal pago. Pior: em muitos casos, é visto não como um membro da elite intelectual, mas como mais um trabalhador qualificado. Essa é uma das conclusões de um estudo comparativo de 28 países publicado este mês pelo Center for International Higher Education do Boston College. Ele mostra que o Canadá é o país que melhor paga seus docentes (média de US$ 7,1 mil). O Brasil ficou numa posição de intermediária para baixa, 18.º lugar, com média de US$ 3,1 mil (veja abaixo). O estudo usou na maior parte dos casos dados de universidades públicas. Os valores em dólares foram calculados com base no poder de compra de uma cesta de bens e serviços. “O Brasil se saiu relativamente bem: ficou abaixo dos países desenvolvidos, mas com destaque no âmbito regional”, diz o colombiano Ivan Pacheco, assistente de pesquisa do Boston College. “Tivemos surpresas positivas, como a Índia, onde o governo fez um esforço grande para melhorar salários. E negativas, como a Armênia: os salários estão baixos nos países da antiga União Soviética.” Outra conclusão do estudo é a de que, com exceção dos países anglo-saxões, benefícios indiretos são tão importantes quanto salários. Os bônus vão desde incentivos dados pela Índia a quem faz vasectomia à remuneração por produtividade, usada em larga escala na China. “A tendência em muitos países é de aumento do gap entre professores superstars e os que não conseguem nem ter uma vida decente de classe média.”

































































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29 de abril de 2012

Grande equívoco pedagógico

Da Folha:

25% dos professores do ensino básico do país não têm ensino superior

Cerca de 25% dos professores que trabalham nas escolas de educação básica do país não têm diploma de ensino superior. Eles cursaram apenas até o ensino médio ou o antigo curso normal. Os dados são do Censo Escolar de 2011, divulgado este mês pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Apesar de ainda existir um enorme contingente de professores que não passaram pela universidade --eram mais de 530 mil em 2011-- o quadro apresenta melhora. Em 2007, os profissionais de nível médio eram mais de 30% do total, segundo mostra o censo. Para o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, os números são mais um indicativo de que o magistério não é uma carreira atraente. 

"Isso mostra que as pessoas estão indo lecionar como última opção de carreira profissional. Poucos profissionais bem preparados se dedicam ao magistério por vocação, uma vez que a carreira não aponta para uma boa perspectiva de futuro. Os salários são baixo, e as condições de trabalho ruins", explica. A maior proporção de profissionais sem formação de nível superior está na educação infantil. Nas salas de aula da creche e pré-escola, eles são 43,1% do total. Nos primeiros anos do ensino fundamental (1º ao 5º ano), 31,8% não têm diploma universitário, percentual que cai para 15,8% nos anos finais (6° ao 9º ano). No ensino médio, os profissionais sem titulação são minoria, apenas 5,9%. 

Para a presidenta da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Cleuza Repulho, é um "grande equívoco pedagógico" colocar os professores menos preparados para atender as crianças mais novas. "No mundo inteiro é exatamente o contrário, quem trabalha na primeira infância tem maior titulação. Quando o professor entra na rede vai para a educação infantil quase como que um 'castigo' porque ela não é considerada importante. Mas, na verdade, se a criança começa bem sua trajetória escolar, as coisas serão bem mais tranquilas lá na frente", pondera. Segundo Cleuza, o nível de formação dos professores varia muito nas redes de ensino do país. 

Enquanto em algumas cidades quase todos os profissionais passaram pela universidade, em outras regiões o percentual de professores que só têm nível médio é superior à média nacional. "Temos, às vezes, uma concentração maior de professores sem titulação em alguns locais do Brasil, como a Região Norte, por exemplo, onde as distâncias e as dificuldades de acesso impedem que o professor melhore sua formação", aponta. O resumo técnico do Censo Escolar também destaca que em 2010 havia mais de 380 mil profissionais do magistério matriculados em cursos superiores --metade deles estudava pedagogia. Isso seria um indicativo de que há um esforço da categoria para aprimorar sua formação. 

Mas o presidente da CNTE ainda considera "muito alto" o número de professores sem diploma universitário, especialmente porque nos últimos anos foram ampliados os estímulos para formação de professores nas instituições públicas e privadas de ensino superior. Uma das alternativas para quem já atua em sala de aula e quer aprimorar a formação é a modalidade do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para licenciaturas. O programa paga as mensalidades de um curso em faculdade particular e depois da formatura o estudante pode abater sua dívida se trabalhar em escolas da rede pública --cada mês em serviço abate 1% do valor. 

"Os programas são oferecidos, mas as condições não são dadas aos professores para que eles participem. O professor não tem, por exemplo, a dispensa do trabalho nos dias em que ele precisa assistir às aulas. As prefeituras e governos estaduais que deveriam ser os primeiros interessados acabam não estimulando o aprimoramento", diz Roberto Leão.

O absurdo sistema de cotas raciais - Parte 4

Da Folha:

Alunos com bônus por raça repetem mais na Unicamp

Levantamento feito pela Unicamp mostra que estudantes do ensino médio que receberam pontos extra no vestibular da universidade tiveram, ao final da graduação, rendimento igual ao dos demais universitários. Já pretos, pardos e indígenas que ganharam bônus adicional devido à raça auto-declarada sofreram mais com reprovação e abandono. A informação é de reportagem de Fábio Takahashi publicada na edição deste sábado da Folha (A íntegra está disponível a assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). Desde 2005, quem cursou o ensino médio em escola pública ganha 30 pontos extras no vestibular da Unicamp, numa escala até 500. Quem se declara preto, pardo ou indígena recebe outros 10. Nesta semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por unanimidade que o sistema de cotas raciais em universidades é constitucional


Editoria de Arte/Folhapress

Educação de terceiro mundo com preço de terceiro mundo

Da Veja:

Brasileiros vão gastar 13,5% a mais com educação em 2012

Levantamento aponta que as famílias vão desembolsar R$ 49,5 bilhões com escolas e universidades. Em 2011, o montante foi de R$ 43,6 bilhões

Arquivo/VEJA

O brasileiro deverá gastar 13,5% a mais com educação em 2012 do que no ano anterior. É isso que revela um levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo IBOPE Inteligência. De acordo com a pesquisa, o gasto total das famílias exclusivamente com mensalidades de escolas e universidades atingirá 49,5 bilhões de reais este ano, superando os 43,6 bilhões de reais no ano anterior. O gasto per capita passará de 267,68 reais para 303,92 reais.  O IBOPE informa que em 2011 a base de dados da pesquisa sofreu alterações e, por essa razão, os resultados não podem ser comparados com anos anteriores. A classe B, ao todo, deverá gastar 28,87 bilhões de reais - ou 58,26% do total – com educação. A previsão de investimento em educação da classe A é de 10,68 bilhões de reais (21,5%). Os gastos da classe deverão atingir 9,25 bilhões de reais (18,67%). As classes D/E aparecem em último lugar, com 750 milhões de reais, ou apenas 1,53% do total. Em uma análise geográfica, o Sudeste onde se concentra a maior parte dos gastos dos brasileiros com educação: 56,85% . Em seguida, aparecem o Sul (15,32%), o Nordeste (14,86%), o Centro-Oeste (8,31%) e o Norte (4,66%). Com relação ao consumo per capita, a estimativa de gasto no Sudeste é de 373,07 reais por ano, seguido do Sul (323,48 reais) e do Centro-Oeste (322,87 reais). A região Norte aparece com um consumo de 192,88 reais e o Nordeste, com 187,18 reais.

O absurdo sistema de cotas raciais - Parte 3

Cotas étnicas afrontam a identidade nacional brasileira e representam um risco de se criar um grave problema étnico no País, situação, que até o presente, o Brasil conseguiu evitar:

A – O Brasil, desde a colônia, vem implantando um projeto cultural voltado para a assimilação e para a mestiçagem de brancos, negros e índios. Este projeto foi desenvolvido ao longo dos séculos e estava obtendo sucesso. Havia e há muito preconceito contra índios e negros, mas com a miscigenação em larga escala, a tendência era a um amarronzamento da população. Somos todos altamente miscigenados, como é o caso visível do último Presidente da República e, na verdade, quase todos os presentes nesta sala, inclusive este expositor.

B - A miscigenação é comprovada por estudos realizados pelo Professor Pena da UFMG, com marcadores genéticos. No Brasil, cerca de um terço da população descende de mulheres brancas, um terço de mulheres negras e um terço de índias. A percentagem de brancas é um pouco maior do que as de índias, que é um pouco maior do que a de negras. Já, devido à morte em guerras e na escravidão, com a apropriação das mulheres índias e negras para os seus haréns particulares, quase a totalidade dos homens dos primeiros cruzamentos são brancos.

C - Ao mesmo tempo em que ocorreu a mestiçagem, aconteceu o sincretismo cultural no artesanato, nas técnicas, na produção agrícola, nas religiões afro-brasileiras e em vários outros aspectos de nossa vida.

D - Sempre houve muito preconceito contra negros e índios, mas a miscigenação funcionava como mecanismo amortecedor do conflito ostensivo.

E - O sistema brasileiro de classificação étnica contrasta com o norte-americano. Nos Estados Unidos vigora um critério de “sangue”, de contágio genealógico, como se ser negro fosse uma doença contagiosa. Faz-se presente, a idéia de “pureza” da raça branca e impureza dos mestiços transmitida pelo sangue. No Mississipi quem tiver 1/8 de “sangue negro” é considerado como negro. Em outros estados a percentagem cai para 1/4. Assim, é possível a existência de pessoas legalmente negras com olhos azuis.

F - No Brasil uma pessoa é classificada como negra ou mulata devido à sua aparência. Ainda há, o que se convencionou chamar de “raça social”. O jogador Ronaldo se auto declara como “branco”, pois mulatos ricos no Brasil são considerados “brancos”.

G - O sistema norte-americano é gerador de conflito, pois opõe negros e brancos, de forma absoluta. Já o sistema brasileiro e dissipador do conflito étnico devido à sua ambigüidade. Pela cor da pele, os brasileiros são classificados ao longo de um continuum com dezenas de gradações, como mulato claro, mulato escuro, mulato sarará, etc. No Brasil há, na mesma família, irmãos mulatos e brancos. Será impossível explicar a diferença do direito a cotas a irmãos de cor de pele diferente, problema repetido entre vizinhos de cor de pele diferente e em toda a população.

H - A influência norte-americana reflete um projeto cultural específico, adequado aquele país, mas em conflito com a tradição brasileira. No entanto, o modelo americano tem sido implementado por três razões:

- influência difusa da cultura norte-americana pelos meios de comunicação;
- investimentos maciços de fundações norte-americanas em movimentos sociais;
- facilidade de implementação de políticas sociais focadas em variáveis étnicas, como forma de contornar uma situação em que não há recursos para a educação, uma vez que todo esforço fiscal é direcionado para o pagamento de juros. Quem paga a conta da política de cotas étnicas é a classe média supostamente branca que transfere vagas nas universidades para a classe média supostamente negra e, não, o orçamento da União.

I - O modelo de ação afirmativa centrado em cotas traz as seguintes implicações:
a – o uso no Brasil de termos como “afrodescendente” enfatizando a genealogia. Este movimento é associado à tendência a se denominar todos os pardos como “afrodescendentes” ou “negros” e não mais como “mestiços”. Trata-se de manipulação, pois a pele morena do brasileiro deve-se tanto a negros como a índios, conforme a já citada pesquisa da UFMG. O que está acontecendo é um apagamento dos índios da identidade e do passado brasileiro, um etnocídio simbólico.
b - Como não se sabe exatamente o que é um negro no Brasil (com exceção dos negros de pele muito escura) o argumento estatístico “de que o negro é a maioria entre os pobres e por isto merece políticas específicas” perde o sentido. Na verdade, os autodeclarados pardos no censo estatístico é que são a maioria entre os pobres. Descendem tanto de índios, como de negros, como de brancos. Os autodeclarados “negros” pelo censo de população de 2000 são pouco mais de 5% e os autodeclarados “pardos”, pouco mais de 40%. Dentre os pobres, os autodeclarados “negros” são pouco mais de 7%.
c – Assumindo-se que fosse verdade (o que não acontece) tal afirmação de que a “maioria dos pobres é negra”, ainda assim não haveria porque se discriminar os outros pobres apenas porque seriam em menor número. É este, especialmente, o caso dos sertanejos nordestinos, a maioria dos quais são descendentes de índios.
d – o sistema de cotas traz o risco de se criar no futuro, um problema étnico no país de dimensões desconhecidas. Note-se que as guerras étnicas são as piores tragédias atuais. O pior conflito étnico desde a Segunda Guerra Mundial aconteceu entre Tutsis e Hutus, no antigo Congo. Foi a guerra que causou maior número de vítimas nas últimas décadas, com quatro milhões de mortos e um sofrimento indescritível.

No Congo do século XIX, Hutus e Tutsis se misturavam e tendiam a se tornar um único povo, quando o colonizador belga resolveu impor cotas em empregos e na educação. Foram concedidos documentos raciais diferentes para os dois povos, que começaram a desenvolver processos de afirmação étnica por oposição entre si. Da mesma forma como se implanta, agora, o sistema de quotas no Brasil. Por todas essas razões políticas geradoras de discriminação devem ser evitadas no Brasil. Toda discriminação é negativa.


George de Cerqueira Leite Zarur é mestre em Antropologia pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de janeiro e Ph.D em Antropologia pela University of Florida. Foi pesquisador-visitante junto ao Departamento de Antropologia da Harvard University, pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e do Centro de Estudos em Política Científica e Tecnológica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil (CNPq), Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados para as áreas de Educação Superior e Ciência e Tecnologia, Coordenador de Ciências Humanas e Sociais do CNPq, Diretor da Fundação Nacional do Índio, além de Professor Internacional da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e professor do Doutorado Conjunto Universidade de Brasília/Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais.

28 de abril de 2012

O absurdo sistema de cotas raciais - Parte 2

"Respeito a decisão do STF, mas acho que ela inaugura um Estado que divide o cidadão por raça. O Brasil entra no rol de países como a África do Sul, e como foram Ruanda e os Estados Unidos. Os ministros acabam de rasgar a Constituição de 1988 e a maior conquista da humanidade, a Carta das Nações Unidas, que une todos os povos pela igualdade"


Yvonne Maggie, antropóloga e pesquisadora da Universidade Federal do Rio (UFRJ)



O absurdo sistema de cotas raciais

"A Constituição é clara quando afirma que não pode haver distinção de cor, raça, ou credo. Oficializar a raça como categoria constitui algo prejudicial. Você torna a raça uma realidade jurídica quando ela sequer é uma realidade científica. Você está tentando consertar a goteira do telhado, quando a casa está toda ruim. Em vez de reparar erros do passado, você dá cotas, que não reparam. Melhor seria dar oportunidades para as pessoas suprirem suas deficiências"


Eunice Durham, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Públicas da Universidade de São Paulo (USP)

Brasil decente reage ao sistema de cotas raciais

Do Estadão:

Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais, a USP não pretende adotar o sistema. Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o assunto só foi falado de forma marginal durante debate para reforma do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição. As universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp) também informaram que não vão adotar cotas. USP, Unesp e Unicamp defendem a prevalência do mérito na seleção, embora tenham ações de inclusão - sem, no entanto, reservar vagas. A ONG Educafro afirmou que vai entrar com uma ação na Justiça contra as três instituições para que o sistema seja adotado. O processo deverá ser protocolado até o dia 11 de maio.

"Após a decisão do STF e da orientação expressa dos ministros, vamos entrar com ação de Obrigação de Fazer", afirma o presidente da Educafro, frei David dos Santos. "Único programa que provou eficiência na inclusão de negros é a cota. Se a USP provar que incluiu a mesma porcentagem de negros que a UERJ e UnB, eu mudo de opinião", afirmou. Quando Rodas foi escolhido reitor da USP, a Educafro comemorou. Rodas havia defendido as cotas em conversas com a ONG. Em entrevista ao Estado, no dia em que foi anunciado reitor, disse: "Realmente é necessário que a USP discuta cotas e outras coisas. Por essa razão, vamos levar essa problemática ao Conselho Universitário". A USP não informou a quantidade de negros matriculados. A universidade mantém o Programa de Inclusão Social (Inclusp), que dá bônus no vestibular a estudantes da rede pública. Neste ano, 28% dos novos alunos vieram de escolas públicas.

Apesar de não adotar reserva de vagas, a Unicamp é a única que tem benefício específico para pretos, pardos e indígenas. Eles chegam a receber 7% de bônus na nota, cerca de 2 pontos porcentuais a mais que alunos de escola pública - também beneficiados. "Não existe nenhum indicador novo que nos leve a repensar nosso modelo", afirma o coordenador do vestibular da Unicamp, Mauricio Kleinke. No último vestibular, 8,9% dos matriculados na Unicamp vieram do grupo de pretos, pardos e indígenas - índice recorde. A Unesp também não soube informar a participação de negros entre os matriculados. A instituição foi a que mais incluiu alunos de escola pública: 41%.

Um dos motivos pelos quais não concordo com a concessão do título de patrono da educação nacional a Paulo Freire

Do Blog Libertatum:

Vale a pena ler de novo: “Método Paulo Freire ou Método Laubach?”


Dr. Laubach, o original e digno educador, e Paulo Freire, o impostor doutrinador marxista 

Conheça a verdadeira história do "educador", digo, do doutrinador marxista Paulo Freire!
Por David Gueiros Viana
Introdução de Klauber Cristofen Pires

Nesta semana, onde está acontecendo em Brasília a 1ª Bienal do Livro, que longe de ser um inocente evento literário, é totalmente temático em favor da ideologia marxista (Ver A Bienal Socialista de Brasília), está sendo apresentada a Exposição "Sonhando com Paulo Freire, a educação que queremos", na Biblioteca Nacional de Brasília.
Para o enriquecimento do evento, lembrei-me de um artigo do historiador David Gueiros Vieira, publicado originalmente no Mídia sem Máscara, em 09 de março de 2004, intitulado “Método Paulo Freire ou Método Laubach?”, que consegui achar no blog Paraibarama, e que vale muito a pena ser relido, especialmente por professores e estudantes de hoje. Aí vai...

Método Paulo Freire ou Método Laubach?”
Por David Gueiros Vieira

O Método Laubach de alfabetização de adultos foi criado pelo missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach (1884-1970). Desenvolvido por Laubach nas Filipinas, em 1915, subseqüentemente foi utilizado com grande sucesso em toda a Ásia e em várias partes da América Latina, durante quase todo o século XX.
Em 1915, Frank Laubach fora enviado por uma missão religiosa à ilha de Mindanao, nas Filipinas, então sob o domínio norte-americano, desde o final da guerra EUA/Espanha. A dominação espanhola deixara à população filipina uma herança de analfabetismo total, bem como de ódio aos estrangeiros.
A população moura filipina era analfabeta, exceto os sacerdotes islamitas, que sabiam ler árabe e podiam ler o Alcorão. A língua maranao (falada pelos mouros) nunca fora escrita. Laubach enfrentava, nessa sua missão, um problema duplo: como criar uma língua escrita, e como ensinar essa escrita aos filipinos, para que esses pudessem ler a Bíblia. A existência de 17 dialetos distintos, naquele arquipélago, dificultava ainda mais a tarefa em meta.
Com o auxílio de um educador filipino, Donato Gália, Laubach adaptou o alfabeto inglês ao dialeto mouro. Em seguida adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que aluno passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e a formar palavras.
Utilizando essa metodologia, Laubach trabalhou por 30 anos nas Filipinas e em todo o sul da Ásia. Conseguiu alfabetizar 60% da população filipina, utilizando essa mesma metodologia. Nas Filipinas, e em toda a Ásia, um grupo de educadores, comandado pelo próprio Laubach, criou grafias para 225 línguas, até então não escritas. A leitura dessas línguas era lecionada pelo método de aprendizagem acima descrito. Nesse período de tempo, esse mesmo trabalho foi levado do sul da Ásia para a China, Egito, Síria, Turquia, África e até mesmo União Soviética. Maiores detalhes da vida e trabalho de Laubach podem ser lidos na Internet, no site Frank Laubach.
Na América Latina, o método Laubach foi primeiro introduzido no período da 2ª Guerra Mundial, quando o criador do mesmo se viu proibido de retornar à Ásia, por causa da guerra no Pacífico. No Brasil, este foi introduzido pelo próprio Laubach, em 1943, a pedido do governo brasileiro. Naquele ano, esse educador veio ao Brasil a fim de explicar sua metodologia, como já fizera em vários outros países latino-americanos.
"As cartilhas de Laubach foram copiadas pelos marxistas em Pernambuco, dando ênfase à luta de classes. O autor dessas outras cartilhas era Paulo Freire, que emprestou seu nome à "nova metodologia" como se a ela fosse de sua autoria"
Lembro-me bem dessa visita, pois, ainda que fosse muito jovem, cursando o terceiro ano Ginasial, todos nós estudantes sabíamos que o analfabetismo no Brasil ainda beirava a casa dos 76% - o que muito nos envergonhava - e que este era o maior empecilho ao desenvolvimento do país.
A visita de Laubach a Pernambuco causou grande repercussão nos meios estudantis. Ele ministrou inúmeras palestras nas escolas e faculdades — não havia ainda uma universidade em Pernambuco — e conduziu debates no Teatro Santa Isabel. Refiro-me apenas a Pernambuco e ao Recife, pois meus conhecimentos dos eventos naquela época não iam muito além do local onde residia.
Houve também farta distribuição de cartilhas do Método Laubach, em espanhol, pois a versão portuguesa ainda não estava pronta. Nessa época, a revista Seleções do Readers Digest publicou um artigo sobre Laubach e seu método — muito lido e comentado por todos os brasileiros de então, que, em virtude da guerra, tinham aquela revista como único contato literário com o mundo exterior.
Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas de educação daquela entidade. No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco. Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão. Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. As novas cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua "condição de oprimidas". O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa "nova metodologia" — da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos — como se a mesma fosse da sua autoria.
Tais cartilhas foram de imediato adotadas pelo movimento estudantil marxista, para a promulgação da revolução entre as massas analfabetas. A artimanha do Sr. Paulo Freire "pegou", e esse método é hoje chamado Método Paulo Freire, tendo o mesmo sido apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU.
No entanto, o método Laubach — o autêntico — fora de início utilizado com grande sucesso em Pernambuco, na alfabetização de 30.000 pessoas da favela chamada "Brasília Teimosa", bem como em outras favelas do Recife, em um programa educacional conduzido pelo Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, daquela cidade. Os professores eram todos voluntários. Essa foi a famosa Cruzada ABC, que empolgou muita gente, não apenas nas favelas, mas também na cidade do Recife, e em todo o Estado. Esse esforço educacional é descrito em seus menores detalhes por Jules Spach, no seu recente livro, intitulado, Todos os Caminhos Conduzem ao Lar (2000).
"A 'bolsa-escola' de Cristovam Buarque não é novidade. Foi adotada há décadas por discípulos de Laubach e criticada pela esquerda na época. A bolsa-escola já era defendida por Antônio Almeida, um educador do século XIX"
O Método Laubach foi também introduzido em Cuba, em 1960, em uma escola normal em Bágamos. Essa escola pretendia preparar professores para a alfabetização de adultos. No entanto, logo que Fidel Castro assumiu o controle total do poder em Cuba, naquele mesmo ano, todas as escolas foram nacionalizadas, inclusive a escola normal de Bágamos. Seus professores foram acusados de "subversão", e tiveram de fugir, indo refugiar-se em Costa Rica, onde continuaram seu trabalho, na propagação do Método Laubach, criando então um programa de alfabetização de adultos, chamado Alfalit.
A organização Alfalit foi introduzida no Brasil, e reconhecida pelo governo brasileiro como programa válido de alfabetização de adultos. Encontra-se hoje na maioria dos Estados: Santa Catarina (1994), Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, São Paulo, Paraná, Paraíba e Rondônia (1997); Maranhão, Pará, Piauí e Roraima (1998); Pernambuco e Bahia (1999).
A oposição ao Método Laubach ocorreu desde a introdução do mesmo, em Pernambuco, no final da década de 1950. Houve tremenda oposição da esquerda ao mencionado programa da Cruzada ABC, em Pernambuco, especialmente porque o mesmo não conduzia à luta de classes, como ocorria nas cartilhas plagiadas do Sr. Paulo Freire. Mais ainda, dizia-se que o programa ABC estava "cooptando" o povo, comprando seu apoio com comida, e que era apenas mais um programa "imperialista", que tinha em meta unicamente "dominar o povo brasileiro".
Como a fome era muito grande na Brasília Teimosa, os dirigentes da Cruzada ABC, como maneira de atrair um maior número de alunos para o mesmo, se propuseram criar uma espécie de "bolsa-escola" de mantimentos. Era uma cesta básica, doada a todos aqueles que se mantivessem na escola, sem nenhuma falta durante todo o mês. Essa bolsa-escola tornou-se famosa no Recife, e muitos tentavam se candidatar a ela, sem serem analfabetos ou mesmo pertencentes à comunidade da Brasília Teimosa. Bolsa-escola fora algo proposto desde os dias do Império, conforme pode-se conferir no livro de um educador do século XIX, Antônio Almeida, intitulado O Ensino Público, reeditado em 2003 pelo Senado Federal, com uma introdução escrita por este Autor.
No entanto, a idéia da bolsa-escola foi ressuscitada pelo senhor Cristovam Buarque, quando governador de Brasília. Este senhor, que é pernambucano, fora estudante no Recife nos dias da Cruzada ABC, tão atacada pelos seus correligionários de esquerda. Para a esquerda recifense, doar bolsa-escola de mantimentos era equivalente a "cooptar" o povo. Em Brasília, como "idéia genial do Sr. Cristovam Buarque", esta é hoje abençoada pela Unesco, espalhada por todo o mundo e não deixa de ser o conceito por trás do programa Fome Zero, do ilustre Presidente Lula.
O sucesso da campanha ABC — que incluía o Método Laubach e a bolsa-escola — foi extraordinário, sendo mais tarde encampado pelo governo militar, sob o nome de Mobral. Sua filosofia, no entanto, foi modificada pelos militares: os professores eram pagos e não mais voluntários, e a bolsa-escola de alimentos não mais adotada. Este novo programa, por razões óbvias, não foi tão bem-sucedido quanto a antiga Cruzada ABC, que utilizava o Método Laubach.
A maior acusação à Cruzada ABC, que se ouvia da parte da esquerda pernambucana, era que o Método Laubach era "amigo da ignorância" — ou seja, não estava ligado à teoria marxista, falhavam em esclarecer seus detratores — e que conduzia a "um analfabetismo maior", ou seja, ignorava a promoção da luta de classes, e defendia a harmonia social. Recentemente, foi-me relatado que o auxílio doado pelo MEC a pelo menos um programa de alfabetização no Rio de Janeiro — que utiliza o Método Laubach, em vez do chamado "Método Paulo Freire" — foi cortado, sob a mesma alegação: que o Método Laubach estaria "produzindo o analfabetismo" no Rio de Janeiro. Em face da recusa dos diretores do programa carioca, de modificarem o método utilizado, o auxílio financeiro do MEC foi simplesmente cortado.
Não há dúvida que a luta contra o analfabetismo, em todo o mundo, encontrou seu instrumento mais efetivo no Método Laubach. Ainda que esse método hoje tenha sido encampado sob o nome do Sr. Paulo Freire. Os que assim procederam não apenas mudaram o seu nome, mas também o desvirtuaram, modificando inclusive sua orientação filosófica. Concluindo: o método de alfabetização de adultos, criado por Frank Laubach, em 1915, passou a ser chamado de "Método Paulo Freire", em terras tupiniquins. De tal maneira foi bem-sucedido esse embuste, que hoje será quase que impossível desfazê-lo.
 
David Gueiros Vieira é historiador.

27 de abril de 2012

Falta de opção

O mundo muda rápido, e a escola estacionou

Do Último Segundo:

Professores escolhem a carreira por falta de opção, fazem faculdades que não os preparam e repetem o mesmo com os alunos

O mundo muda a uma velocidade cada vez maior. Minha geração só chegou a conhecer a Internet na idade adulta. Hoje, a Internet é realidade para boa parte dos estudantes brasileiros, e dificilmente eles compreendem um mundo sem ela. Além disso, a velocidade e a variedade das tecnologias, como celular, televisão, cinema, rádio, jornal impresso, entre outras, é enorme. Tudo muda a toda hora. Os jornais com menos textos. Os celulares com mais recursos. A TV e o cinema com fotografias cada vez mais rápidas, na velocidade de vídeo clipes. Tudo isto encanta, apaixona, conquista. E a escola? É certo que universalizamos o ensino fundamental e caminhamos para a universalização dos demais níveis de ensino, mas de que forma?

Diria que, se alguém dormisse pouco antes da promulgação da constituição de 88 (que universalizou o fundamental) e só acordasse hoje, ficaria espantado com a quantidade de mudanças no Brasil. Aumentamos a urbanização, os carros já não são ‘carroças’, o computador tomou conta de escritórios, repartições públicas e casas de classe média, as ‘Lan Houses’ pipocam nos bairros pobres, fogões, geladeiras e telefones ficaram mais populares e há mais lares, no Brasil, com celular do que com geladeira. Porém, em um lugar esta pessoa que dormiu por anos se sentiria bem à vontade, quase como se tivesse acordado de uma soneca. Este lugar é a sala de aula.Na sala de hoje, como na de 25 anos atrás, ainda há um professor à frente e um monte de aluno, em fileiras ou bagunçando. O professor ‘ditando’ um conteúdo que alguém, por algum motivo distante do pedagógico, provavelmente para vender mais livros e apostilas, acha que é importante.

O mundo muda rápido, e a escola estacionou. A universalização da educação, no Brasil, nada mais é do que uma tentativa, fracassada, de reproduzir o modelo de quando a escola era para poucos. Não dá pra ser assim. Esta educação bancária, em que se deposita conteúdos na cabeça dos alunos, ainda é herança do iluminismo. Da mesma forma que acreditava que todo conhecimento poderia ser colocado em um livro, os iluministas acreditavam que podia ser transferido para uma pessoa (e esta é a lógica da sala de aula até hoje). Só que um cidadão médio, no iluminismo, somando todo conteúdo que sabia, conseguia colocá-lo em cerca de cinco quilos de papel. Hoje, cinco quilos de papel, de conteúdo, é menos do que a edição de domingo do New York Times. Se compararmos com a Internet então, e todo o conteúdo que existe nela, estes cinco quilos são muito pouco. Se antes, com menos conhecimento disponível, tinha algum sentido ensiná-los, agora não tem sentido nenhum.

Ao erro na opção de modelo de escola, somam-se outros. A universalização aumentou consideravelmente a proporção da população em carreiras na educação, com salários baixos sob a justificativa de que não dava para sustentar a ampliação do sistema com salários competitivos. Dois tipos de profissionais vão trabalhar com educação. Um é o de vocação, que escolheu ser educador, que faz da educação quase que uma atividade missionária. Estes são a minoria. O outro é aquele que não encontrou lugar melhor no mercado de trabalho. É aquele que menos se preparou, que escolheu faculdades e cursos mais fáceis e baratos que está na educação pelo salário, mas que certamente se dedicaria a outra profissão se conseguisse uma remuneração maior. 

Todos estes educadores, sem contar com milhões de prováveis talentosos professores que optaram por outras carreiras, receberam uma realidade bem diferente de quando a escola não era para todos. Se antes todos os alunos, provenientes da classe alta e média, iam à escola com um vocabulário razoável, com conhecimentos prévios ajustados com o conteúdo da escola, de famílias que valorizavam a educação e acompanhavam seu rendimento, em sua maioria filhos de mães que não estavam no mercado de trabalho e que podiam auxiliar no processo educativo, hoje ficou tudo muito diferente. O resultado óbvio da equação de professores despreparados, alunos com mais necessidades e tentativa de reproduzir o modelo anterior é obvio. O fracasso. 

Para atender à massa de pessoas interessadas em educação, que paga menos do que outras profissões com exigência de nível superior, mas mais do que pra quem não continua os estudos, proliferaram cursos de magistério, pedagogia e licenciaturas. Sem qualidade na base, sem qualidade no topo. A mesma lógica que afasta pessoas de vocação do ensino básico afasta do ensino superior. A concessão política do funcionamento de várias faculdades e universidades criou um péssimo sistema de formação de professores. Algumas raras exceções, geralmente nas universidades públicas, acabam mandando seus alunos direto para as salas de aula de escolas particulares. 

A formação superior dos professores não difere, na lógica de estruturação e funcionamento, do que é a educação básica. Na educação superior as licenciaturas não formam educadores, formam biólogos, gramáticos, matemáticos, físicos, geógrafos, historiadores, etc. Incentivados pelo seu curso superior, cada professor faz o mesmo na sala de aula. Tentam formar pequenos gramáticos, geógrafos, matemáticos. É interessante notar que o professor de matemática, em geral, não sabe nada de literatura, o de geografia não tem ideia do que sejam as contas de física, o de história não se dá bem com matemática; mas todos querem que aluno saiba tudo de sua matéria.

As formações dentro da escola, quando existem, seguem um pouco a lógica do que são os coordenadores pedagógicos. Alguém lembra as atividades diárias de um coordenador pedagógico? Em geral é fazer horário, ver quem faltou, atender pai de aluno, intermediar conflito, substituir o diretor de escola, cuidar da logística da feira de artes e/ou ciências, organizar logística da festa junina, zelar pelo bom comportamento dos alunos, verificar preenchimento dos diários, cobrar entrega de notas, preencher formulários burocráticos, ‘entregar’ o Plano Político Pedagógico, entre outras atividades. Isto o coordenador não faz por desejo, faz por necessidade. Se não fizesse, a escola sairia de controle.

Eu pergunto: O que tem de pedagógico em tudo isto? Nada, ou quase nada. Mas, se isto é o que faz o coordenador pedagógico, nada mais natural que as formações de equipe estejam voltadas às áreas do trabalho diário. A práxis (prática) leva a isto, não a concordância do grupo. Parafraseando o educador Rubem Alves, mineiro da minha querida cidade de Lavras, ensinar o voo não é uma coisa possível. O voo (as capacidades cognitivas) já nasce com as pessoas, com os educadores e com os educandos. O voo pode ser encorajado, nunca ensinado.

Em uma sociedade em transformação, com as redes sociais aceleradas pela Internet, com conteúdo sendo produzido a toda hora e a todo momento, com qualquer aluno podendo chegar a uma aula sabendo mais de determinado assunto do que seu professor, com a necessidade de formamos pessoas com capacidades múltiplas, não tem mais nenhum sentido ‘engaiolar’ professores e alunos, levando-os de cá pra lá e de lá pra cá. A essência do ser humano, do professor ou do educando, é o voo. E para encorajar o voo é preciso usar todo tipo de ferramenta disponível no mundo moderno. Não existe uma receita pronta em que computador mais internet, mais programa educativo, mais sistema de ensino, mais lousa interativa, mais tablets é igual a super educação. Não existe porque somos seres diversos.

Aí está a grande dificuldade em ser educador, e aí está o que não pode ser ensinado. Cada grupo, ou até mesmo cada aluno, reage diferente a diferentes estratégias de educação ou de ensino-aprendizagem. A organização atual no Brasil atende sim alguns alunos, mas talvez nem 10% do total. A imensa maioria não se sente atraída pela escola, não a reconhece como espaço de reconhecimento, de afirmação identitária. O grande desafio para os educadores é justamente poder preparar cada aula com muito cuidado, usando tecnologias mais próximas do educando, fazendo da aula anterior uma avaliação para a formulação da atual, não organizar a aula focado nas necessidades dos ditos ‘melhores alunos’ da sala, considerar as diferenças entre os educandos, fazê-la inclusiva e, mesmo assim, estar preparado para que tudo que foi planejado dê errado e que a aula tenha que ir por um outro caminho, muito diferente do planejado. Sim, é difícil, muito difícil. Mas não fazer isto é aceitar que a educação seja instrumento de justificação das diferenças sociais.

E o STF legalizou o sistema de cotas no ensino superior


7 de abril de 2012

Notas vermelhas - O que não fazer diante delas

Do Educar para crescer:

10 atitudes negativas quando chega um boletim vermelho

Por Ligia Menezes

1. Reagir com agressão física ou verbal é o erro mais grave. Em vez de estimular a criança a estudar, você acaba deixando-a com medo ou raiva.

2. Comparar o desempenho da criança com os colegas dela ou com seu desempenho escolar de anos atrás. "É importante que o filho sinta que os pais têm confiança nele, mesmo nos momentos de crise. Isso pode ser motivador para reverter a situação", indica Marta Campos, da Escola Viva.

3. Usar termos que diminuam a criança ou que mostrem que ela é incapaz de reverter a situação. "Dizer 'eu avisei' também não é indicado, assim como ter sermões prontos. É importante agir com a razão e não com a emoção", diz Edson D'Addil, orientador educacional do Colégio Vértice, em São Paulo.

4. Negociar com a criança, oferecendo benefícios materiais, caso ela melhore suas notas. Pior ainda é prometer coisas que ela sabe que você não conseguirá cumprir.

5. Exigir além da possibilidade de rendimento da criança para a idade dela.

6. Desautorizar a escola e falar mal dos professores para a criança.

7. Aceitar justificativas que retirem a responsabilidade dela sobre o resultado.

8. Fazer drama ou chantagem emocional com a criança.

9. Não impor uma rotina de estudos para a criança ou não cobrá-la para cumprir essa rotina.

10. Apenas colocar a criança de castigo, sem nem ouvir o que ela tem para falar.

6 de abril de 2012

Mestres ou responsáveis, a quem cabe educar?

Do Portal São Francisco:

Afinal, até onde vai a responsabilidade do professor e começa a dos pais?

Por Telma Vinha

Muitas vezes, por não ter clara essa divisão, a escola terceiriza problemas aos pais, e vice-versa, o que gera sentimentos de impotência e sobrecarga em ambos os lados. Os papéis dos educadores e da família são complementares, porém distintos. Em casa, há uma relação de autoridade entre pais e filhos. A criança possui também uma posição privilegiada e, por mais que se comporte mal, os relacionamentos se mantêm. Na escola, o cenário muda. O aluno se torna mais um integrante do grupo, aprende a lidar com novas regras, experimenta conflitos e percebe que as relações dependem de suas ações. Além do conhecimento, a criança deve adquirir na escola competências indispensáveis para o convívio em sociedade - dificilmente obtidas em família. Cabe a nós, educadores, contribuir para esse aprendizado e buscar maneiras de lidar com os conflitos inerentes ao processo. Isso requer boa formação, estudo coletivo, envolvimento da equipe, reflexão, avaliação e aperfeiçoamento.

Só assim nos sentiremos amparados e seguros para atuar no dia a dia. O fracasso da Educação familiar não pode significar também o insucesso da escola. Não podemos depender do bom desempenho dos pais para educar nossos alunos para a vida em uma sociedade democrática, mais equilibrada e justa e nem esperar estudantes ideais como um pré-requisito para obter êxito. As crianças que trazem dificuldades de casa são as que mais precisam do nosso apoio para se inserir socialmente. Vamos aproveitar esse começo de ano para debater tais questões.Como profissionais da Educação, podemos construir uma escola capaz de dar conta do que ocorre no espaço sob sua responsabilidade tanto em relação à aprendizagem quanto ao comportamento social.

Interdisciplinaridade, um conceito que deve ser trabalhado desde cedo

A interdisciplinaridade na escola


O trabalho com a interdisciplinaridade na escola começa já nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A imensa maioria das propostas curriculares que orienta o trabalho pedagógico dos professores de educação básica tem nas disciplinas acadêmicas tradicionais sua principal fonte de conteúdos e de organização dos conhecimentos. As crianças, já nas primeiras séries do fundamental, têm aulas de Matemática, Ciências, História, Artes e assim por diante. Mesmo que todas essas aulas sejam dadas pela mesma professora, cada uma tem seus momentos e formas de funcionamento próprios, além de conteúdos muito bem caracterizados. Essas experiências escolares ensinam aos alunos, desde pequenos, que o conhecimento encontra-se organizado em compartimentos que, geralmente, não se relacionam. Na aula de Matemática fazemos contas, na aula de Língua Portuguesa lemos e escrevemos, na aula de História aprendemos a data dos principais fatos históricos e assim por diante.

Sendo assim, os(as) professores(as) devem se preocupar, já nas séries iniciais do Ensino Fundamental, em incentivar os alunos a construírem relações entre os diferentes conteúdos presentes nas diversas disciplinas do currículo. Conversar com os alunos de forma que percebam que a ciência também tem uma história, assim como o país, o estado, ou a comunidade. Mostrar que os problemas ambientais são, ao mesmo tempo, problemas de saúde, de Química e de Física, além de envolverem a ecologia e a Biologia como um todo.Atualmente, a estratégia de ensino mais utilizada para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico interdisciplinar são os projetos didáticos. Por meio dos projetos os professores podem introduzir o estudo de temas que não pertencem a uma disciplina específica, mas que envolvem duas ou mais delas. Os projetos didáticos são feitos com o propósito de construir boas situações de aprendizagem, nas quais se evite compartimentalizar o conhecimento, e dar aos alunos um sentido ao esforço de aprender.

Os projetos didáticos podem envolver várias disciplinas, porém, isso não deve ser obrigatório. Projetos didáticos são importantes porque abrem novas possibilidades de aprendizagem aos estudantes: viver situações em que é necessário tomar uma decisão sobre que caminho seguir; aprender a fazer um cronograma, considerando uma meta e as condições iniciais para realizar o projeto; decidir que estudos realizar para resolver um problema; compreender um processo de transformação ou uma questão política; predispor-se a analisar uma situação social complexa e situar quais disciplinas fornecem conhecimentos para esclarecê-la. É preciso ressaltar que a avaliação de um projeto didático deve levar em conta, principalmente, as aprendizagens realizadas pelos alunos durante sua realização. Um projeto é bom pelas aprendizagens que proporciona a seus alunos, não pela qualidade pontual de seu produto final. Fazer uma apresentação considerada linda pelos pais pode ser até importante para as relações da escola com eles, mas não garante a realização das aprendizagens que justificaram o projeto, quando de seu planejamento.

Em um projeto didático interdisciplinar, cada professor que participa precisa ter definidos seus objetivos educativos, próprios da disciplina ou área com a qual trabalha. No caso das séries iniciais do Ensino Fundamental, uma professora, desenvolvendo um projeto didático com seus alunos, define objetivos em Língua Portuguesa, em História e em Geografia. Por exemplo: realizar um projeto no qual os alunos aprimoram seus conhecimentos sobre características do texto informativo e desenvolvem sua competência em produzi-lo; pesquisar sobre a história da Grécia Antiga; propiciar a utilização de Atlas, estudando em particular o Mar Mediterrâneo, sua localização entre a África e a Europa, Gibraltar e o Oriente Médio; os países que banha, a presença da Grécia e do Mar Egeu. Esses objetivos podem também fazer parte de um projeto envolvendo quintas ou sextas séries do Ensino Fundamental e tendo a participação dos professores de Língua Portuguesa, História e Geografia.

Os projetos didáticos propiciam, enfim, o estudo de problemas reais e, por isso, complexos, o que implica a necessidade de uma abordagem interdisciplinar. Uma forma de abordar esses problemas reais é por meio dos temas transversais. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os temas transversais são definidos como questões de relevância social e que não devem ser abordadas ou resolvidas a partir de uma única disciplina. Ou seja, para compreender e procurar soluções para os problemas abordados nos temas transversais é preciso que se faça uma abordagem interdisciplinar, caso contrário, corre-se o risco da simplificação excessiva. "O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal e coletiva e a afirmação do princípio da participação política. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como Temas Transversais as questões da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde, da Orientação Sexual e do Trabalho e Consumo." 

"A metadisciplinaridade, como dissemos, não implica nenhuma relação entre disciplinas. Ela se refere ao ponto de vista ou à perspectiva sobre qualquer situação ou objeto, mas não é condicionada por apriorismos disciplinares. Na escola, deveríamos entendê-la como a ação de se aproximar dos objetos de estudo a partir de uma ótica global que tenta reconhecer sua essência e na qual as disciplinas não são o ponto de partida, mas sim o meio de que dispomos para conhecer uma realidade que é global ou holística. De alguma maneira, situam-se nessa visão os denominado eixos ou temas transversais". Alunos de 3ª ou 4ª série podem ser desafiados a pesquisar quanta água a escola está gastando e pensar se essa quantidade está de acordo com as orientações dadas pelas companhias de tratamento e distribuição de água. 

Nesse trabalho, além de estudar a questão da obtenção, produção e distribuição de água potável para a cidade, os alunos aprendem também a fazer e utilizar as médias aritméticas em Matemática. A presença desse conteúdo está relacionada ao fato de que é muito comum, nessas discussões, o uso do "consumo médio" e do "consumo médio per capita". Também incluem-se neste caso os temas transversais saúde e meio ambiente. Em Ciências Naturais, professoras e professores devem sempre estar atentos para evitar a compartimentalização do conhecimento. Por exemplo, quando o tema é corpo humano, é comum estudarmos com as crianças os sistemas orgânicos de forma isolada, levando a um ensino que separa respiração de digestão e de circulação, e que impede os alunos de relacionarem o que estão aprendendo com uma boa postura em relação à sua própria saúde.


Assiduidade - Quando a família pode contribuir

Do Brasil Escola:

Seu filho falta à aula?

Por Patrícia Lopes


Se diante de qualquer coisa que aconteça, como uma ameaça de dor, mudança de clima ou feriadão, você acha melhor seu filho não ir à escola, saiba que a presença diária dele em sala de aula é tão importante quanto nos dias de avaliações. Os especialistas apontam que a falta faz com que a criança perca a seqüência de ensino dos conteúdos. Por isso é interessante você estar atento para que ele não falte por qualquer motivo. Converse com o seu filho sobre o conceito de responsabilidade, mostrando que esta é uma fase importante que ele está vivenciando e que as faltas irão prejudicá-lo.

Geralmente as crianças gostam de ir à escola. Apesar de algumas chorarem nos primeiros dias, logo a situação muda, quando percebem o quanto é bom o convívio com os colegas e professores. Sendo assim, fique atento a alguma resistência da criança em ir à aula. Procure conversar com o professor ou o coordenador pedagógico sobre a situação antes que as faltas tragam prejuízos na aprendizagem da criança. Outra forma de você colaborar com o aprendizado do seu filho, é não deixar que ele falte à aula em razão de um compromisso seu como, por exemplo, uma viagem.

Chupeta ou não chupeta, eis a questão - Parte II - Causas e consequências

Do Brasil Escola:
 
Chupeta: Ajude seu filho a deixá-la

Por Elen Campos Caiado (*)


A relação da chupeta com a dentição da criança.

Considerada como peça fundamental do enxoval do bebê, a chupeta tem sido motivo de questionamentos entre os profissionais da saúde, apesar de ser considerada pelas mães essencial para seus bebês, visto que apresenta a funcionalidade de acalmar a criança, pode vir a ocasionar futuros problemas. Na verdade, o ideal é a mãe desde o primeiro momento que descobre a vinda do bebê, buscar saber tudo o que há de mais moderno, no sentido de propiciar ao filho um bom desenvolvimento, não apresentando condutas que possam vir a comprometer a evolução do bebê. O uso da chupeta em especial, é um dos assuntos que geram mais controvérsias entre pais e especialistas. Os pais apresentam inúmeras dúvidas que colocam em questionamento se oferecem ou não a chupeta para o bebê, já preocupados com questões como:

Devo dar chupeta ao meu filho?
• A chupeta prejudica o aleitamento materno?
• O uso prolongado da chupeta prejudica a dentição e a fala da criança?
• Se meu filho usar a chupeta só para dormir pode ser prejudicial?
• O que prejudica mais: chupar chupeta ou o dedo?
• Como tirar a chupeta dele?
• Crianças que chupam chupeta dormem melhor à noite?
• A chupeta prejudica a respiração?
• Ela prejudica também a dicção e a dentição?

Antes de oferecer a chupeta, as mamães e papais devem pensar nas conseqüências que isso trará para o seu pequeno. Por mais surpreendente que seja para muitos pais, o bebê não precisa da chupeta, sendo esta responsável em trazer sérias conseqüências para a criança, que em determinados casos seguem por toda a vida. Por exemplo:

• Respiração oral, resultando em sono agitado, alteração de postura, ronco...
• Alteração da arcada dentária, Provocando mordida aberta e ou mordida cruzada;
• Dificuldade em deglutir, mastigar, e falar;
• Apresenta face desarmônica, devido à alteração da dentição, bem como a flacidez da bochecha, lábios e língua, entre outros.

É fato que a chupeta acalma a criança, visto que ela apresenta grande necessidade de praticar a sucção, porém, o aleitamento materno realiza essa função. Ressalta-se que a criança que utiliza chupeta, tende a apresentar o desmame precoce. As crianças que por algum motivo não tiverem como amamentar, recomenda-se o uso de copos que apresentam bicos com válvulas, que necessitam do esforço do bebê para retirar o leite. Evitando o uso da mamadeira, visto que é tão prejudicial quanto à chupeta. Aos pais e /ou responsáveis por crianças que utilizam a chupeta e se negam a abandoná-las, segue abaixo algumas orientações com o objetivo de evitar possíveis problemas nos baixinhos:

1. Reduza o tempo em que utiliza a chupeta, dando intervalos;
2. Caso a criança tenha o hábito de manter tal objeto pendurado na roupa elimine-o imediatamente;
3. Busque substituir a chupeta por um objeto que ela goste ou que possa ser colocado na boca;
4. Elimine o hábito de substituir a chupeta velha pela nova, pois segundo especialistas a criança tende a perder o interesse em sugá-la por perder o gosto característico de tal objeto.
5. Faça uma combinação com a criança estabelecendo uma data para tirar a chupeta, de forma que os pais ou responsáveis não voltem atrás.
 
Caso volte atrás, a criança não irá entender sempre que você devolver.

(*) Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia

Significados da Páscoa

A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas. Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica. É uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida. No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques. Nossos amigos de Kidlink nos contaram como se escreve "Feliz Páscoa" em diferentes idiomas. 

Assim:
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A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar, dados como presentes. A origem do símbolo do coelho vem do fato de que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução. Como a Páscoa é ressurreição, é renascimento, nada melhor do que coelhos, para simbolizar a fertilidade!
 
aeggs.gif (448 bytes) Vamos ver agora como surgiu o chocolate...
 

Quem sabe o que é "Theobroma"? Pois este é o nome dado pelos gregos ao "alimento dos deuses", o chocolate. "Theobroma cacao" é o nome científico dessa gostosura chamada chocolate. Quem o batizou assim foi o botânico sueco Linneu, em 1753. Mas foi com os Maias e os Astecas que essa história toda começou.   O chocolate era considerado sagrado por essas duas civilizações, tal qual o ouro.  Na Europa chegou por volta do século XVI, tornando rapidamente popular aquela mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. Vale lembrar que o chocolate foi consumido, em grande parte de sua história, apenas como uma bebida. Em meados do século XVI, acreditava-se que, além de possuir poderes afrodisíacos, o chocolate dava poder e vigor aos que o bebiam. Por isso, era reservado apenas aos governantes e soldados. Aliás, além de afrodisíaco, o chocolate já foi considerado um pecado, remédio, ora sagrado, ora alimento profano. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda, tal o valor que o alimento possuía. Chega o século XX, e os bombons e os ovos de Páscoa são criados, como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. É tradicionalmente um presente recheado de significados. E não é só gostoso, como altamente nutritivo, um rico complemento e repositor de energia. Não é aconselhável, porém, consumí-lo isoladamente. Mas é um rico complemento e repositor de energia.
 
veggs.gif (2041 bytes) E o coelho?
 
A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa. Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, alguém duvida? No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da Antigüidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa. Mas o certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertililidade que os coelhos possuem. Geram grandes ninhadas!
 
ceggs.gif (456 bytes) Mas por que a Páscoa nunca cai no mesmo dia todo ano? 
 

O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 março (a data do equinócio). Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. (A igreja, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Conselho de Nicea em 325 d.C, definir a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária - conhecida como a "lua eclesiástica"). A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa, e portanto a Terça-Feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa. Esse é o período da quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas. Com esta definição, a data da Páscoa pode ser determinada sem grande conhecimento astronômico. Mas a seqüência de datas varia de ano para ano, sendo no mínimo em 22 de março e no máximo em 24 de abril, transformando a Páscoa numa festa "móvel".De fato, a seqüência exata de datas da Páscoa repete-se aproximadamente em 5.700.000 anos no nosso calendário Gregoriano. 

5 de abril de 2012

Pasquale Cipro Neto vai ao Senado pedir o fim do acordo ortográfico

Da Folha:

Os professores Pasquale Cipro Neto, colunista da Folha, e Ernani Pimentel estiveram nesta quarta-feira no Senado para pedir a suspensão da reforma ortográfica, resultado de um acordo firmado em 1990 entre todos os países de língua portuguesa. O acordo foi assinado pelos países que tinham o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste (que não era independente à época), Brasil e Portugal. As mudanças trazidas pelo acordo --como a ausência de acento na palavra "ideia"-- já são aplicadas aqui desde 2009, em período de "acomodação" que deve durar até o final deste ano. 

Para os professores, o conteúdo do acordo é de difícil aplicação por ser "ilógico" e contraditório. Eles condenaram também a forma como o acordo está sendo implantado no país e apontaram várias divergências entre as novas regras e o que está disposto no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), elaborado pela Academia Brasileira de Letras e usado como referência para verificar a grafia das palavras. Os professores querem que a adoção obrigatória do acordo no Brasil --que ocorre em janeiro do ano que vem-- seja suspensa. Dessa forma, haveria mais tempo para discutir mudanças no conteúdo, inclusive com os outros países signatários. "Como nós vamos costurar todo o imbróglio decorrente da adoção estapafúrdia dessa reforma ortográfica?", questionou Cipro Neto. 




Os professores Pasquale Neto e Ernani Pimentel participam da sessão da Comissão de Educação do Senado Federal
Os professores Pasquale Neto e Ernani Pimentel participam da sessão da Comissão de Educação do Senado Federal   

A não-adesão de países como Angola e Moçambique e a baixa aceitação de Portugal, que só recentemente sancionou a lei que tornou o acordo obrigatório no país, também foram citadas como problemas do acordo. Até 2015 os portugueses estarão em período de acomodação, mas segundo Cipro Neto lá também existe a intenção de rever o texto.Pimentel, idealizador do movimento "Acordar Melhor" (que pede mudanças no acordo) criticou duramente a ABL. "É a segunda vez que a academia é convidada para esse debate e não comparece. Isso mostra um comportamento adequado à época do autoritarismo, uma posição aristocrática. Eles não vieram porque não têm argumentos para justificar esse acordo que está aí", afirmou.Apenas no século 20, foram feitas nove reformas da língua portuguesa. Cipro Neto afirmou que a audiência dessa quarta "foi um primeiro passo", mas que uma eventual "reforma da reforma" não será fácil. 

"Reforma ortográfica é como uma garrafa pet, leva muito tempo para ser deglutida. É preciso ter muito cuidado quando se coloca em vigor uma reforma, ela precisa ser muito bem feita para que não haja problemas como esses que temos hoje", afirmou. A ABL, por meio da assessoria, informou que o feito pela comissão do Senado era pessoal a Evanildo Cavalcante Bechara, tesoureiro da academia. Como ele está em viagem, não pôde comparecer à audiência pública. Quanto às divergências apontadas por Cipro Neto e Pimentel, a assessoria da ABL informou que apenas Bechara poderia se pronunciar sobre a questão

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